quinta-feira, 3 de maio de 2012

A carta - Parte (Dois).


Olá, não costumo deixar um olá no começo das cartas. Você sabe disso. Aliás, não costumo ser começo quando quero ser final. Mas, apenas hoje, deixo acontecer.
 Ao término, porque serei muito breve, não quero encontrar o seu medo sondando os meus sonhos. Porque eu vou dormir de forma espontânea e bem leve, terei sonhos com arcanjos e a luz que verei é colorida.
 Só estou escrevendo essa pequena carta, que talvez possa até ser um bilhete, mas como é intenso (pelo menos da forma que está sendo enviada), para informá-lo senhor autor desconhecido que o meu coração não é uma vaga e os carros não precisam pagar por hora nem fração.
 Já deixei livre, o acento, as vírgulas, a nova grafia da gramática para pensar na ideia de esquecer-lhe. Eu disse pensar?Ah! Não precisa se vangloriar, pois o esquecer é algo vasto e estou nessa caminhada.
 O meu corpo não é mais o cavaquinho que você tirava melodias e tocava ao luar. O meu corpo não é mais a sua melodia. Não deixo- te nenhuma delas, não tem direitos autorais, porque todas são minhas e pretendo usá-las em minhas outras 'cavaquices'.
 Então, Adeus. Prefiro essa palavra por um até logo. Não uso de falsidade, não uso de piegas, um até breve seria hipocrisia. Deixo-te a casa e me refugio ao mar. Deixo-te as coisas e me levo pura e serena para as ondas. Deixo-te o medo de ser sozinho e egoísta e vou-me para o grande e imenso amor próprio. Adeus. Ao Deus que me livrou de ti.
Seja o teu único e envolvente pesadelo e nos dias de sol pode olhar para o céu e sentir o calor que o meu corpo faz.

Adeus.

De outra que não era aquela-sua...





Nenhum comentário:

Postar um comentário