sábado, 25 de fevereiro de 2012

Construção

Ao mesmo tempo que o amor chega, ele vai...
A mulher que o tempo não deixa ser, a jovem encantada com seus sonhos, a mulher de várias funções, a mulher verdadeiramente única, sem medo, sem rótulos, sem restrição...
Quando decide amar, seja ela de qualquer jeito, seja ela de qualquer tempo,qualquer olhar, a mulher deixa ir, envolver, situar, perder, cair, demonstrar...Não sejas a mulher escondida, que tem vergonha, que foge, que amuada, deixa de falar, deixa de agir, seja ela, linda, de qualquer tamanho, de qualquer número, de qualquer raça, Com o amor que não caiba em si, transbordando, latejando, e use-o...
Eu te amo com todo meu ser, com todo meu corpo,seja ele esguio, seja ele carnudo, te amo com minha alma, imensa, tamanha que te abraça em pensamento.
E ao descobrir esse amor, decido entregar-te em forma de presente, declarando em qualquer tempo que não existe rótulos, máscaras, medos, 'nãos' e no silêncio que minha alma decidida a não dizer corre e ultrapassa esse medo e diz tudo...
Não tenho medo do que sou, do que posso virar, da minha aparência no espelho, das formas que hoje, me dizem para não ter, depois de muitos anos encaro o espelho e vejo que a minha alma, o meu coração abraça tudo, e o clarão da minha sombra reflete a verdade que busco, e no meu imaginário você é meu maior ego,minha maior decisão de viver, e não importa o que os outros vão pensar, só importa o que vou viver, o que vou carregar, as palavras e poemas que cabem em meu corpo, minh'alma...E nas estrofes grandes e rimas, o teu cheiro é presente, vivo!! Ao teu amor, a tua descoberta, eu decido viver, ser como sou e deixar você me encontrar...Na hora certa, sem pressa,sem manipulação, sem esconder o que minha imagem reflete no espelho!

**Mariana Nunes.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mãos Estranhas

São palavras estendidas em varal ao vento
Muitas palavras não ditas.
São olhares de longe, sensação de amanhecer.
Não sei onde está. Sei que posso pertencer.
Em tua estrada, pulo pedras, estranha solidão, sou lua cheia, mansidão.
Deixo ir. Em fluir, asas nascem.
Não conseguindo voar, amorteço. Tenho juras. E juro. Vazio. Pontes ruem. Agora são paredes que caem. E ao atravessar a poeira peço tua mão. (Mãos estranhas...);
Olha-me como um talvez menino e nas costas pesando o pecado, chora.
são tuas lágrimas em mim.
sou sua lua cheia. Você é meu mar agitado. Ondas. Sou o fluir e a pedra. Atravesse e não pule. Siga!
Suas mãos estranhas que quero aqui.
A canção que toca é a mesma.
Até o final. Não arranjo, apenas o dedilhar no violão.
Suas mãos estranhas. Elas. Ainda irei conhecer.
Siga!
Venha!
Esteja...


Mariana Nunes.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Flor de espinho

Talvez eu não chore, mas dói.
Talvez eu não diga, mas eu sinto.
Talvez eu não mostre, mas me importo.
Talvez dois.
Entre por essa porta e deixe as luzes acesas eu não posso chorar no escuro.
É marcado que as palavras não pousam, e em ti deixei ciscos, que coçam quando o vento sai.
As palavras são rouquidão que precisam de grito, melodia. Não deixe só que o barulho do vento faça curvas.
Estradas. Escolhas. Talvez tudo.
E ao terminar do abraço, o longo do olhar.
Talvez seja único, talvez seja perto. Não precisa encontrar.
Entre flores e espinhos, deixe-se cortar.