segunda-feira, 31 de outubro de 2011

FELICIDADE É...

Felicidade é ter o reino de Deus no coração, pois, se aprendeu a ver e crer com a humildade das crianças.

Felicidade é ser consolado porque o coração não teve medo de chorar todos os choros da fé, da esperança e do amor.

Felicidade é andar pela terra como herdeiro de tudo, apenas porque o coração manso não se sente dono de nada.

Felicidade é ver a Deus simplesmente porque a mente está livre da maldade e sempre pensa com amor.

Felicidade é andar reconhecido como filho de Deus em razão da paz na qual se anda e para a qual se vive.

Felicidade é ser farto da certeza da justiça da qual se tem fome e sede para os outros.

Felicidade é ter o céu no coração em razão de que se olha para Deus e não para as perseguições da injustiça que persegue a justiça.

Felicidade é ser irmão de Jesus e dos profetas nas mesmas causas da vida.

E se alguém for perseguido por ser assim feliz, erga a cabeça e exulte; e mais: viva como um dos profetas; pois, foi dessa felicidade que todos os homens felizes foram e são feitos profetas do que é bom.


Nele, que é nossa inspiração em tudo!


Caio Fábio

terça-feira, 25 de outubro de 2011

 Eu não preciso ouvir coisas bonitas, não preciso deixar teu olhar me invadir me fazer calafrios, não preciso de rimas, não preciso de beijos, de luzes acesas, de loucuras, de ser bicho-homem, bicho, não preciso ser. Porque quando penso que sou,interrogo meu corpo, e em cada pedacinho vejo que existem dúvidas, e na pele escorrida, recém molhada pela chuva gelada, o talvez é nítido. E é por isso que não preciso do que posso precisar. E fica o silêncio. A língua na língua, que a fala não preenchida deixa sucumbir. Milhões de estrofes não ditas, versos não conjugados, alma invadida, e o que posso não precisar agora.
A volta é sempre mais demorada. Os passos extensos, a espera diferenciada, os lábios molhados, a vaga da escova de dente, o tapete enxargado, o lado da cama, aquele edredon amarelo. E quando dizia não preciso do seu olhar, me referia àquele olhar tolo de menino inexperiente, que ao final da noite insistia em fazer. Logo depois quebravam-se copos cacos, dentro de mim.
O não precisar, seria necessário em tempos modernos. Em tempos agora, mas como quem finge conhecer, deixo ir.

Por: Mariana Nunes

domingo, 23 de outubro de 2011

"Adeus, meu amor, logo nos desconheceremos. Mudaremos os cabelos, amansaremos as feições, apagarei seus gostos e suas músicas. Vamos envelhecer pelas mãos. Não andarei segurando os bolsos de trás de suas calças. Tropeçarei sozinho em meus suspiros, procurando me equilibrar perto das paredes. Esquecerei suas taras, suas vontades, os segredos de família. Riscarei o nosso trajeto do mapa. Farei amizade com seus inimigos. Sua bolsa não se derramará sobre a cadeira. Não poderei me gabar da rapidez em abrir seu sutiã. Vou tirar a barba, falar mais baixo, fazer sinal da cruz ao passar por igrejas e cemitérios. Passarei em branco pelos aniversários de meus pais, já que sempre me avisava. O mar cobrirá o desenho das quadras no inverno. As pombas sentirão mais fome nas praças. Perderei a seqüência de sua manhã - você colocava os brincos por último. Meus dias serão mais curtos sem seus ouvidos. Não acharei minha esperança nas gavetas das meias. Seus dentes estarão mais colados, mais trincados, menos soltos pela língua. Ficarei com raiva de seu conformismo. Perderei o tempo de sua risada. A dor será uma amizade fiel e estranha. Não perceberei seus quilos a mais, seus quilos a menos, sua vontade de nadar na cama ao se espreguiçar. Vou cumprimentá-la com as sobrancelhas e não terei apetite para dizer coisa alguma. Não olharei para trás, para não prometer a volta. Não olharei para os lados, para não ameaçá-la com a dúvida. Adeus, meu amor, a vida não nos pretende eternos. Haverá a sensação de residir numa cidade extinta, de cuidar dos escombros para levantar a nova casa. Adeus, meu amor. Não faremos mais briga em supermercado, nem festa ao comprar um livro. Não puxaremos assunto com os garçons. Não receberemos elogios de estranhos sobre nossas afinidades. Não tocaremos os pés de madrugada. Não tocaremos os braços nos filmes. Não trocaremos de lado ao acordar. Não dividiremos o jornal em cadernos. Não olharemos as vitrines em busca de presentes. O celular permanecerá desligado. Nunca descobriremos ao certo o que nos impediu, quem desistiu primeiro, quem não teve paciência de compreender. Só os ossos têm paciência, meu amor, não a carne, com ânsias de se completar. Não encontrará vestígios de minha passagem no futuro. Abandonará de repente meu telefone. Na primeira recaída, procurará o número na agenda. Não estava em sua agenda. Não se anota amores na agenda. Na segunda recaída, perguntará o que faço aos conhecidos. As demais recaídas serão como soluços depois de tomar muita água. Adeus, meu amor. Terá filhos com outros homens. Terá insônia com outros homens. Desviará de assunto ao escutar meu nome. Adeus, meu amor".

Fabrício Carpinejar

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Será que você é capaz de entender isso? Será que você consegue esquecer por um segundo a sua monumental frustração para entender que outras pessoas podem ter tido relações mais dignas que as suas? (...) Você não pode fazer isso. Uma pessoa não é só um amontoado de frasezinhas supostamente brilhantes. Você não sabe o esforço enorme que estou fazendo para (...). Ah, você e seus truques. Você e suas palavras impensadas. Você e suas brincadeiras espirituosas. Você e seus traumas, seus ódios, seus nojos. Eu não tenho nada a ver com isso. Estou cansado dos seus números, da sua inconsequência, da sua neurose, da sua. – Levantou-se e empurrou a cadeira – Eu vou embora, eu já devia ter ido embora há muito tempo. Não tenho mais paciência nem cabeça para esse tipo de coisa miúda."

Caio F. Abreu

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ao...

 Ao estudar teu sorriso eu não consigo explicações, eu contemplo...
 E talvez ao platônico desejo  permito ir ao longe...E perto, olho dentro do meu corpo e sinto vestígios de medo, tristeza, saudade, algo que não se mede, em plano terreno, em dimensões, crateras, profundezas. Ao é longíquo, extremidade vaga, que não se dilui, encrosta, encosta, escora.
 Ao teu, meu caro, espero olhar, e ao dissolver, diluir, dilacerar, o manso se torna dúbio, maliciosamente, deixo o fluir te fluir, envernizando teu semblante em minha alma.
Ao é sol nascente, quentinho, abraçando corações distantes, empoeirados, gélidos, e tonificando a rotina do prosseguir, indo sem direção, passo por passo, rumo à vielas encardidas, perdidas, em faz de conta de oz.
Ao é o choro contido que não soube derramar. Estância, alvo, estreito, não permitido. E ao ponto das palavras que se vão, deixa-se a leve idéia de não pronunciar. Até onde se vai, fica. E ao ir, derrama a história, nossa, que não souberam contar. Ao nosso encontro. Ao nosso verbo, voar...


Por: Mariana Nunes.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Contrita, em seu puro e sedoso vestido, a moça brinca de ninar...E esquece o quão sozinha está. Faz rodopios, sorri entre os dentes, sorriso amarelo, de quem espera a espera chegar.
Quando ajeita seu véu, olha pro céu como quase uma súplica e  entrega-se...indo-se em poesia, assobios e gritos, dentro de estrofes cantadas em cenário ao léu, por alguém que não conhece a melodia.
Então, faz uma pausa, olha seu vestido, pura seda, e busca, na busca o verbo atravessar e pára. O atravessar é vasto, longo, estrada de barro, grossa, e menina, não quer ir. No ventre sólo, padece sobre a escolha que fez. Parada, deixa o vento sentir sua pele.
Moça bonita, talvez esquecida, mas bonita. Iguala seus passos tal qual a uma rocha. empedrada, não se racha. e Dalí nasce uma flor. A sua canção é mórbida, escura, noite sem cheiro, e talvez destino. Em sua prisão-cárcere antiga, vive esperando o bailar comigo e se contenta com a seresta da meia noite. E só, lhe resta o pó. E no pó, ó, menina, se diverte, com os tais rodopios, e assim, sempre lhe falta o último.

Por: Mariana Nunes.

(Um pouco de um conto que contaram em minha alma....um pouco).

domingo, 9 de outubro de 2011

re-surgir...

 O quanto tempo que você possa surgir não diz o quanto tempo eu posso surgir dentro de mim. O chão que precisa ser trilhado, a doce canção que toca aos sorrisos emergidos, doados, semeados, a estrofe que emenda o verso do tocar dos lábios ao proferir o seu amor, o teu amor, o amor eros, momentos, estranhos, calmaria, manso... O pavor da espera, o barulho da tampa da caneta que toca a mesa, a goteira, que adiada para o dia depois precisa de balde, a tua olheira, a nossa olheira, o teu pão com pingadinho na esquina, a falta de pão na esquina, os joelhos dobrados, fracos, em socorro...
 O quanto tempo não chegar, eu viro as páginas da revista amassada pelo tempo que insistem em colocar nesses cubículos consultórios; a dor de dente que me faz ir a esses consultórios cubículos, a dor e o dente. Semente que vinga em terra árida, sem plantio. Amor imaturo, doentio. Ciúmes, falta de palavras, a tua face encostada em meus braços, sem pudor, sem mansidão agora, somente o coração batendo. (e tendo...).
O quanto tempo eu perco em horas, me nascem flores, raízes, emergências, encontros, desencontros, temperos, ventos, e sopram cantigas serenas, que possam ninar idéias mirabolantes que começam dentro de algo enorme.




















Por Mariana Nunes.

(Algo tão meu....).

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

 
Feito Pra Acabar( Marcelo Jeneci)
 
Quem me diz
Da estrada que não cabe onde termina
Da luz que cega quando te ilumina
Da pergunta que emudece o coração

Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tantas vidas
Vezes tudo que não cabe no querer

Vai saber
Se olhando bem no rosto do impossível
O véu, o vento e o alvo invisível
Se desvenda o que nos une ainda assim

A gente é feito pra acabar
Ah Aah

A gente é feito pra dizer
Que sim
A gente é feito pra caber
No mar
E isso nunca vai ter fim

Uh Uhhh


**Mais uma música que vale a pena ouvir...linda!!Como todas as dele! **


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Quando Assim (Núria Mallena)


Quando eu era espera,
Nada era, nem chovia, nem fazia;
Só senti que a calma, não acalma
Quando só há solidão.
Quando eu era estrela
Era inteira na mentira que eu dizia
Ser o que não era,
Convencia, dentro da minha ilusão
Quando eu fui nada,
Faltou nada, tudo pronto pra escrever
Eu não sabia buscar,
Foi quando apareceu,
O que eu quis inventar,
Pra preencher o meu mundo particular,
No peito que era seu
No seu mundo não há
Mais nada que não eu,
Já sei dizer que o amor pode acordar.
Eu não sabia buscar,
Foi quando apareceu,
O que eu quis inventar,
Pra preencher o meu mundo particular,
No peito que era seu
No seu mundo não há
Mais nada que não eu,
Já sei dizer que o amor pode acordar.


*Linda música.... *