domingo, 20 de maio de 2012

Trecho de Saia de Retalhos!

(...)
A menina da saia que corre. A menina do medo que some. A menina da infância enrugada e da velhice colorida. A menina do amor imenso que o mar transformou em ondas e faz quebrantar todo dia na sua praia. A menina palerma da boca de cera. A menina do olhar inventado por todos que a olham. A menina acanhada do interior da imensidão que colhe flores todos os dias em jardins suspensos na babilônia rotina do mais populoso centro da cidade. A menina da saia de retalhos que retalha seus sonhos e sonha o amor do amor de outra menina. A eterna menina que está nas mulheres já mortas pelo descaso de uma imensidão de meninas iguais, em série, de um jogo de quebra-cabeça. A sua menina. E ao término, a pergunta do esquecido: Onde está a sua menina?


(E ainda toca a mesma melodia do além-mar nas conchas enormes que a menina catava de tardinha...).



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