quarta-feira, 27 de junho de 2012

O olhar de menino transparente.
 A distância entre a boca e as ideias.
 Você é safo, largo, cheio de bagagem.
 Eu sou frágil, só, cheia de estrelas.
 A dança começou.
 Em pista, a só deixa o triste menino.
 O triste menino deixa ficar só...
 A escolha é atirar-se ao lado da estranha com olhar medíocre.
 Solução errada.
 Triste desencontros.
 Só e mar.
 Não torna-se canção.

(Mariana Nunes).

domingo, 10 de junho de 2012

Madrugada

Dos teus abraços,
O cheiro doce é o mais nítido.
Já não lembro mais o seu rosto, a forma retangular ou arredondada, mas ainda sinto o teu cheiro.
Em verdes pastos deito-me e sinto a fotossíntese abraçar-me.
Lembro das covinhas chegando perto de mim, engolindo-me e rindo sob o meu peito. Lembro das ácidas brigas, do café bem forte, dos cortes, da solidão. Lembro de como você perto fazia-me tão comprida, larga e extensa.
E agora não sou o ponto final mas fico dentro das reticências.
E dos teus beijos, a língua presa em um diálogo sem fim não diz nada, enrolada gagueja um até logo.
São monólogos de um amor emocionado. Sozinho ama a espécie cruel que nasceu em seu olhar.
Dorme medo meu,dorme.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sem "dó" em "mi maior"

    Emociona o amor que pode ser e sendo liberta todos os medos escondidos em partes que não tinham.
    A escuridão que encobria o seu olhar me trouxe um café bem forte e conversamos por horas. Disse que não te quer mais e vai trazer o sol para dissolver a tua alma, trazendo-a detalhadamente para mim...
    Em um canto na beira-mar procuro sentir o vento em contratempo pulsar em meu rosto e esqueço o quanto a espera estraga os versos que não pude declamar.
    Não são teus, nem meus, são de alguém cuja alma não existe e em plena luz do dia perco-me em estrofes vazias, sem rimas e questionamentos estrangeiros.
    Bebo toda a perspectiva da ideia fixa em agradar-te. E piso em caminhos ao Déjavu que minha mente controla desde o primeiro encontro.São pastilhas mastigadas com um sabor amargo que não cura a tosse. São vozes roucas, esmaltes descascados em unhas roídas pelo tempo que estraga até papel.
    E não é você. Não possui nenhum resquício de você. Atrás do palco a cena é outra. Não decorei o texto, não sei as falas e muito menos porto o figurino imposto pela demarcação de olhares.
    A incerteza é minha companhia. E diante ao vazio que demarca o teu corpo papeio com a solidão. É um papo longo, estranho e chato. Mas ao decorrer da estranheza, monstros viram borboletas e voam ao encontro da liberdade.
   Seja teu, seja meu, sejamos o dó que vira mi maior e cresçamos na melodia que o som do eterno provoca em nós. Até quando parar de bater...