quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dos trechos de um diário

     Agora consegui o silêncio. São como andorinhas voando para o seu ninho  e eu fecho meus olhos e vejo a suavidade e posso tocá-la, senti-la.Faço um poema com as mãos e fotografo com a alma.
    A tristeza até tenta pegar-me, tirar a minha roupa, deixar-me poeta, com trapos, mas eu fujo.
    Agora eu posso ouvir o trincar da porta e o meu coração fica pequeno, apresenta-se ao medo.
    As horas são tempo, o que sinto é agora, anseio por palavras, quero ir ao teu encontro, na meia noite do inverno a dança é diferente.
     As coisas de amor viram tolices e as juras são apenas palavras ao vento. Não trago-lhe rosas, não deixo-lhe marcas. Sou a viajante com a mochila nas costas e o meu paradeiro é a tua pele.
     Agora o silêncio vai diminuindo, a valsa vai acabando e os sentidos também. Não toco mais a sua boca, a TV está ligada e alta faz morrer os meus sonhos.
     Agora você pode estar em algum lugar que se chama saudade e pode estar bebendo o líquido que não são os meus beijos, doces beijos.

(Até breve sr. individual).

(...)

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