terça-feira, 10 de abril de 2012

Ventania

    A tristeza. Não. A melancolia. Dessas, tipo solitude. Não machuca mas faz pensar. 1h da manhã, ela rodava em sua cama estreita, abraçada com suas dores de quem não tem coisa melhor para reclamar. De tanto se revirar, desistiu. São cenas passando em sua mente a todo minuto e uma música que não parava de dedilhar a melodia, também não dava o sinal de stop.
  Sabe quando precisa desabar? Deixar escorrer, como tempestade, chuva grossa que machuca, raio que sai cortando no céu e dá medo? Então, exatamente assim...
  E quando ela, fechava seus olhos, tudo se movia. A canção era perfeita, tinha melodia, rima, refrão manso, música amor. E quando ela, fechava seus olhos,a sua saia se esvoaçava, seus cabelos emanavam por entre o céu, encaracolando-se com o vento, voando...voando!
 Não tinha a música apesar de receber muitas promessas. Não tinha a música. A tempestade não desabava, a chuva não caia, o raio não cortava e o medo já nem fazia cócegas. São tolices de criança que não conhece o fim do arco-íris. São tolices da imaturidade que não quer crescer.
 Esquecer-te de mim? A voz dos cabelos esvoaçantes perdoa o vento que não venta mais de forma larga. O corpo tronxo, esquisito, não reconheces? Estás a dizer: Estou aqui, ainda sei arrepiar!
 E tu não vens...A primavera com cheiro de jasmim não faz curvas. Não colore. O olhar intenso não traz aquele abraço acostumado a sorrir com covinhas.
 Esquecer-te de mim de uma forma comum. E comum são os outros.
 Ela fecha os olhos e deixa a música-amor tocar...O susurro é alto: Deixa ventar....voar!

Por: Mariana Nunes.


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