terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A ti deixo meu silêncio.
No silêncio com chuva batendo no chão, cheiro de grama molhada, em plena oração, deixo a ti, em ação, o porvir.
Não terei pressa. Não serei a pressa. O correr é vasto demais para alcançar minha alma, então quando se corre demais, tudo não é seu - vasto mundo - pequena sobra.
A ti deixo meu percorrer.
Não é qualquer caminho, é estreito, sem flores grandes, sem sombra de árvores, sem castelos ou arco-íris em janelas. O caminho das pedras, que acharás a rocha. Em firme estado, se firmará nela.
A ti deixo tudo o que, agora, queria deixar. São enormes: Abraço apertado, pernas entrelaçadas, carinho, cafuné de madrugada, dança na chuva, em plena convicção, deixo a ti o que não posso entender.
Uma linha tênue, fina, esticada, olho no fundo dos teus olhos e não consigo ver. Atravesso. Caio. Escorrego. Me dá a sua mão?
Deixo a ti, a mais pura liberdade. O teu ser inunda a minha alma, e o meu ser abraça sorrisos. Que tal forma seja um eterno diálogo de comédias e teatros sem fim, com realidade, começo e estréias!
Deixo a ti, tanta coisa! Agora vou em busca do que me resta. Do que em meu caminho se cria. E com silêncio o verbo se torna adjetivo: Bonita menina! Aperfeiçoa-se!

Por: Mariana Nunes

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