segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

São tardes e ela é cedo;

Não se vê adiante porque não quer.
Prefere estar agora, ser agora, viver em minuto, calçando os pés em chão frio. E se não sente, precisa senitir.
Ao pulsar do coração, (ultimamente não tem dado muito trabalho), não hesita, interdita. O agora é o seu porto, navega e viaja como um bálsamo para ser.
Ao contrário, não é esperta. Não procura pensar no tempo, porque o tempo não a procura. São desencontros.
Em sua mesa de cabeceira, livros e cadernos. Os livros faz questão de reler. Os cadernos, deixa em branco. Talvez quando o tempo vier as linhas saiam correndo.
Ela não é tempo. E não deixa ir adiante. Ela não é espera. Talvez seja grama molhada, que molha o corpo e arrepia. Em biblioteca não guarda, é. Guardar faz mal, rasga e mancha.
Ela é tarde de outono. E quando quer deixa cair folhas bem leves. O tempo não precisa medir, só sente. Ela é. Não precisa pensar em ser.


Por: Mariana Nunes.

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