Contrita, em seu puro e sedoso vestido, a moça brinca de ninar...E esquece o quão sozinha está. Faz rodopios, sorri entre os dentes, sorriso amarelo, de quem espera a espera chegar.
Quando ajeita seu veú, olha pro ceú como quase uma súplica e entrega-se...indo-se em poesia, assobios e gritos, dentro de estrofes cantadas em cenário ao léu, por alguém que não conhece a melodia.
Então, faz uma pausa, olha seu vestido, pura seda, e busca, na busca o verbo atravessar e pára. O atravessar é vasto, longo, estrada de barro, grossa, e menina, não quer ir. No ventre sólo, padece sobre a escolha que fez. Parada, deixa o vento sentir sua pele.
Moça bonita, talvez esquecida, mas bonita. Iguala seus passos tal qual a uma rocha. empedrada, não se racha. e Dalí nasce uma flor. A sua canção é mórbida, escura, noite sem cheiro, e talvez destino. Em sua prisão-cárcere antiga, vive esperando o bailar comigo e se contenta com a seresta da meia noite. E só, lhe resta o pó. E no pó, ó, menina, se diverte, com os tais rodopios, e assim, sempre lhe falta o último.
Por: Mariana Nunes.
Lindo, Mariana! Aliás, estou sendo redundante.
ResponderExcluirCilênio