domingo, 9 de outubro de 2011

re-surgir...

 O quanto tempo que você possa surgir não diz o quanto tempo eu posso surgir dentro de mim. O chão que precisa ser trilhado, a doce canção que toca aos sorrisos emergidos, doados, semeados, a estrofe que emenda o verso do tocar dos lábios ao proferir o seu amor, o teu amor, o amor eros, momentos, estranhos, calmaria, manso... O pavor da espera, o barulho da tampa da caneta que toca a mesa, a goteira, que adiada para o dia depois precisa de balde, a tua olheira, a nossa olheira, o teu pão com pingadinho na esquina, a falta de pão na esquina, os joelhos dobrados, fracos, em socorro...
 O quanto tempo não chegar, eu viro as páginas da revista amassada pelo tempo que insistem em colocar nesses cubículos consultórios; a dor de dente que me faz ir a esses consultórios cubículos, a dor e o dente. Semente que vinga em terra árida, sem plantio. Amor imaturo, doentio. Ciúmes, falta de palavras, a tua face encostada em meus braços, sem pudor, sem mansidão agora, somente o coração batendo. (e tendo...).
O quanto tempo eu perco em horas, me nascem flores, raízes, emergências, encontros, desencontros, temperos, ventos, e sopram cantigas serenas, que possam ninar idéias mirabolantes que começam dentro de algo enorme.




















Por Mariana Nunes.

(Algo tão meu....).

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