domingo, 10 de junho de 2012

Madrugada

Dos teus abraços,
O cheiro doce é o mais nítido.
Já não lembro mais o seu rosto, a forma retangular ou arredondada, mas ainda sinto o teu cheiro.
Em verdes pastos deito-me e sinto a fotossíntese abraçar-me.
Lembro das covinhas chegando perto de mim, engolindo-me e rindo sob o meu peito. Lembro das ácidas brigas, do café bem forte, dos cortes, da solidão. Lembro de como você perto fazia-me tão comprida, larga e extensa.
E agora não sou o ponto final mas fico dentro das reticências.
E dos teus beijos, a língua presa em um diálogo sem fim não diz nada, enrolada gagueja um até logo.
São monólogos de um amor emocionado. Sozinho ama a espécie cruel que nasceu em seu olhar.
Dorme medo meu,dorme.


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